quarta-feira, 30 de maio de 2012

Material Didático usado no Projeto


Gêneros Poéticos
"Todas as coisas têm seu mistério, e a
poesia é o mistério que todas as coisas têm."
(García Lorca)                            
Poesia é a forma de expressão lingüística destinada a evocar sensações, impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonias, utilizando-se vocábulos essencialmente metafóricos.
A poesia surgiu intimamente ligada à música. A poesia dos aedos gregos e trovadores medievais promovia a união entre a letra do poema e o som. Ao longo dos anos, este vínculo foi se intensificando, mas houve uma distinção técnica entre a música (que passou a ser escrita em pautas) e a poesia que preservou a rítmica natural, e passou a ser construída por meios gramaticais. Posteriormente, a poesia ganhou fundamentos e regras próprias.
Existe alguma divergência entre o que significa Poema e Poesia. Para efeito geral, considera-se que são sinônimos; mas para a definição acadêmica, Poesia é o gênero de composição poética e Poema é a obra deste gênero.
Para que entendamos melhor, vejamos a definição de Poema segundo o eminente escritor, Assis Brasil:
"Poema é o "objeto" poético, o texto onde a poesia se realiza, é uma forma, como o soneto que tem dois quartetos e dois tercetos, ou quatorze versos juntos, como é conhecido o soneto inglês. Um poema seria distinto de um texto ou estrofes. Quando essa nomenclatura definitiva é eliminada, passando um texto a ser apresentado em forma de linhas corridas, como usualmente se conhece a prosa, então se pode falar em poema-em-prosa, desde que tal texto (numa identificação sumária e mecânica) apresente um mundo mais "poético", ou seja, mais expressivo, menos referente à realidade. A distinção se torna por vezes complexa. (...) a poesia pode estar presente quer no poema que é feito com um certo número de versos, quer num texto em prosa, este adquirindo a qualidade poema-em-prosa".
Já Poesia, Assis Brasil define assim:
"(...) uma manifestação cultural, criativa, expressiva do homem. Não se trata de um 'estado emotivo', do deslumbre de um pôr-do-sol ou de uma dor-de-cotovelo; é muito mais do que isso, é uma forma de conhecimento intuitivo, nunca podendo ser confundido o termo poesia com outro correlato: o poema".
Os Gêneros Literários
A palavra Gênero vem do latim Generu, que significa família; ou seja, agrupamento de indivíduos ou seres que têm características comuns. Portanto, os gêneros literários são agrupados por suas semelhanças.
Platão foi o primeiro autor a se preocupar em separar as obras literárias em três gêneros:
  • tragédia e comédia (teatro);
  • poesia lírica, ou ditirambo;
  • poesia épica.
Este conceito foi adotado na civilização greco-romana e se estendeu até o Renascimento, onde houve uma super valorização da produção da Antigüidade. Platão acreditava que os gêneros pré-existiam aos autores, e cada segmento possuía regras próprias que deviam ser obedecidas rigorosamente, não havendo portanto, influência de um gênero sobre o outro. Porém, no século XIX os autores românticos romperam os limites dos gêneros imutáveis, e adotaram os gêneros comunicantes, resultando na criação de novos segmentos como o drama.
Neste caso, os gêneros eram adaptados às espécies (formas) que lhes eram mais adequados a própria expressão, sendo em prosa ou verso. O épico, narrativo e grandioso, exigia versos maiores e solenes. O lírico, às vezes tranqüilo, outras vezes intempestivo, adequava-se a forma de poemas pequenos e graciosos, ou maiores e mais densos.
Gênero
Espécie
Lírico (geralmente em verso)
Soneto, ode, elegia, madrigal, etc.
Épico (em verso)
Epopéia, poema e poemeto
Dramático (prosa ou verso)
Tragédia, comédia e drama
 
O Gênero Lírico
A palavra lírico vem do latim, que significa lira; instrumento musical usado para acompanhar as canções dos poetas da Grécia antiga, e retomado na Idade Média pelos trovadores.
Pode-se dizer que o gênero lírico é a expressão do sentimento pessoal. "É a maneira como a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e admirações, dores e sensações, toma consciência de si mesma no âmago deste conteúdo" (Hegel).
De fato, o poeta lírico é o indivíduo isolado que interessa-se somente pelos estados da alma. É aquele que preocupa-se demasiadamente com as próprias sensações voltado para si. O universo exterior só é considerado quando existe uma identificação, ou é passível de ser interiorizado pelo poeta.  
O Gênero Épico
O termo Épico vem do grego Epos, narrativa ou recitação. A poesia épica nasceu no Ocidente com Homero, poeta grego autor do que seria os primeiros modelos deste gênero: Ilíada e a Odisséia.
Na Idade Média, principalmente entre os séculos XII à XIV, surgiram várias narrativas que afastavam-se dos padrões clássicos. Eram inspirados em façanhas de guerra da cavalaria andante. Os mais conhecidos são: a Canção de Rolando, o Romance de Alexandre e os Romances da Távola Redonda. 
O Gênero Dramático
No poema dramático, a história é contada através das falas dos personagens. As peças de teatro escritas em verso constituem forma de poesia dramática. Em sentido amplo, também pode ser considerado um exemplo o Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Através de uma suposta conversa entre mãe e filhas, o leitor acompanha uma história de amor e traição e tem os elementos para reconstituir o caráter e os sentimentos dos personagens principais.

Brasil, Assis - Vocabulário técnico de literatura. São Paulo: Tecnoprint, 1979
Adaptado por Spectrum

                          




Texto sobre pintura , “Pintura”.

Pintura

As superfícies
            Pintura é a atividade artística que consiste na aplicação de pigmentos coloridos em um plano bidimensional, geralmente em uma superfície previamente preparada para tal uso.
              A superfície de aplicação dos pigmentos também pode variar, desde murais e paredes até as telas próprias para pintura.
            A pintura pode ser vinculada tanto à produção de imagens decorativas quanto imagens de reapresentação, seja esta figurativa ou abstrata.
As técnicas
              Há vários tipos de pintura, como os afrescos, pintura a óleo - através de pigmentos diluídos num solvente -, pintura mural - feita ou aplicada sobre uma parede -, pintura a têmpera - pigmentos dissolvidos num adstringente, como a cola, etc.
              Os mosaicos também são considerados uma espécie de pintura.
O mosaico
            Trata-se do arranjo de pequenos pedaços de vidros coloridos, pedras (como o marfim), cerâmica e outros materiais adequados numa placa de plástico ou cimento preparada de forma a aderir esses fragmentos. Costuma ser classificado como um tipo de pintura.
            Os romanos foram os primeiros a se dedicaram ao aprimoramento dessa técnica na realização de seus pavimentos.
            Entretanto, na Idade Média talvez tenhamos os exemplos de mosaicos mais famosos, tanto no interior das Igrejas Cristãs quanto na arte bizantina.
            Costuma ser usado para realizar desenhos ou planos coloridos. É encontrado especialmente adornando paredes e abóbadas.
            Seu uso em exteriores é mais comum na arquitetura moderna, mas pode ser encontrado em algumas fachadas de igrejas medievais.
            O mosaico realizado pelo artista brasileiro Rodrigo de Haro na fachada da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina é uma belíssima amostra de um mosaico contemporâneo.
            Costumam ser mais freqüentes nas obras realizadas em larga escala. Entretanto, existem alguns exemplos de mosaicos portáteis e realizados em pequenos objetos, comuns na arte Asteca mexicana.
Penso, logo
faço pinturas
            Essa forma de expressão artística existe há muito tempo na História da humanidade, como demonstram as pinturas rupestres, realizadas por homens pré-históricos em rochas ou cavernas.
A atividade da pintura já surge nos primórdios da história do homem, como pode ser observado nas pinturas encontradas nas cavernas em Altamira (Espanha) e Lascaux (França), em 25.000 aC.
            Nos sítios de Nice, na França, há evidências da existência de pinturas, de esculturas em pedra e mármore que datam de cerca de 25.000 anos atrás, revelando a origem de uma expressão estética, fato que separa radicalmente o homem das outras espécies.
Por todo mundo antigo
            O continente africano também possui algumas amostras da existência antiqüíssima da representação pictórica. Nestas pinturas, há a constante representação, por exemplo, de elementos ritualísticos.
            Também na Europa, foram encontrados exemplos de pinturas parietais em por volta de duas centenas de cavernas, situadas principalmente na Europa, sobretudo na Espanha, em Altamira, e na França, em Lascaux.
            Tais pinturas consistiam da representação de animais a serem caçados, provavelmente tendo a função de "bom agouro" para as caçadas que se sucediam. A pintura deste momento apresentava formas bastante rudimentares, com a representação extremamente concisa de animais como cavalos e búfalos.
Egípcios e gregos
            A cultura egípcia foi a mais antiga, e que produziu um conjunto considerável de obras na pintura. O conjunto de sua pintura, desenvolvido ao longo de três milênios, refletiu as tradições da cultura em que esteve contextualizada através das convenções iconográficas que marcavam o uso de imagens.
            Essas convenções baseavam-se em signos visuais utilizados para a representação de objetos e ações, o que tornava a obra bastante acessível e compreensível.
            Os artistas de Creta e das civilizações minóicas (por volta de 2000 a.C.) apresentavam conceitos estéticos bastante diversos dos egípcios.
MINOICA (adj.) Referente ao período cretense que se estende do terceiro milênio a.C. a cerca de 1580 a.C.
            Os exemplares que restaram das pinturas dessas civilizações - fragmentos de afrescos e mosaicos - demonstram uma arte bem diversa da dos egípcios: a fluidez das imagens, a representação de ações vigorosas.
A pintura minóica teve a ênfase representativa direta no desenvolvimento da arte grega, da qual restaram apenas alguns exemplares, pois toda a pintura em larga escala foi perdida com os tempos.
            O que restou da pintura grega são pinturas em vasos, que revelam um crescente naturalismo em suas representações, naturalismo este que, no período helênico, influenciaria a arte e a arquitetura romana.
A era cristã mudou o
conceito de arte
            Os propósitos e o estilo da pintura foram radicalmente alterados com a queda das civilizações antigas e com a chegada da era cristã. Passou a ter grande importância, a exemplo da pintura egípcia, o simbolismo, na representação da realidade.
            A arte cristã e bizantina tendeu ao estilo hierárquico e estático, com algumas reminiscências da arte clássica.
            Já no final do Século 14, a arte gótica, surgida da França, reintroduziu a representação das figuras humanas, havendo o desenvolvimento de um naturalismo mais preciso e articulado, que registrou as sutilezas de iluminação e atmosfera.
            Houve uma retomada dos padrões artísticos da antiguidade clássica, que avançaram em meio ao Século 15. Passou a ter grande importância, nas representações gráficas encontradas nos manuscritos, a organização espacial das imagens.
O Renascimento e
o Maneirismo
            Os conceitos materialistas que surgiam com o aparecimento da classe burguesa foram se infiltrando na representação pictórica, que passou a possuir um caráter mais objetivo.
            O período da Renascença, em que a pintura passou a possuir uma organização espacial coerente e equilibrada, teve seus conceitos irradiados sobretudo a partir do grande foco das artes européias de então, a Itália.
Neste período, surgiram nomes como Boticelli, Giorgoni, Veronese, Reni, Corregio, Caracci, Perugino, Ticiano e outros. Os afrescos das capelas italianas mais famosos até hoje foram produzidos neste período por Michelangelo (afrescos da Capela Sistina).
            No Século 16, os vestígios mais tardios da Renascença, caracterizados pelo que hoje é chamado de Maneirismo, manifestavam-se através de trabalhos como os de Pontormo e Rosso Fiorentino, em que as proporções clássicas tornaram-se exageradas e as composições assumiam características mais assimétricas, revelando um novo crescimento do subjetivismo.
            A produção de El Greco teve características bastantes pessoais dentro do estilo maneirista.
O Barroco e o Rococó
            Na era barroca, são encontradas grandes diversidades nas produções dos diversos artistas da época, diversidades estas que surgem tanto em nível de estilo pessoal quanto em termos de nacionalidade da produção.
              No entanto, algumas características são constantes: o jogo de luz e sombra, o que na verdade representou o espírito do homem da época da contra-reforma.
            No Século 18, surge um novo foco dispersor das tendências artísticas na Europa. A França, mais precisamente Paris, passou a ser o centro das atividades artísticas.
            O barroco abriu caminho para o estilo de caráter eminentemente decorativo; o estilo hoje chamado rococó. Este estilo foi se encaminhando cada vez mais para a mera frivolidade decorativa.
O Romantismo e o
Neoclassicismo
            Nesse meio tempo, surgiam pintores que, inspirados pela Revolução Francesa, fundaram as bases para o Romantismo e o Neoclassicismo. Tal período artístico deu-se no final do Século 18.
            O Romantismo caracterizou-se basicamente pela representação mais subjetiva e emocional da realidade, incluindo a reapresentação de visões pessoais.
            O escritor e gravador William Blake explorou o mundo da imaginação mítica, enquanto Eugene Delacroix buscou a representação do imaginário exótico das terras distantes, assim como do poder primitivo dos animais e de imagens veiculadas à tragédia. Já o espanhol Francisco de Goya buscava explorar a face destrutiva e obscura da natureza humana.
            Com o Século 19, surgiram novos ideais estéticos e artísticos. A obra de arte passou a ser encarada como instrumento de denúncia da realidade social, desafiando a estética subjetiva romântica com a representação de caráter eminentemente objetivo.
     Um dos primeiros representantes dessa nova perspectiva artística na pintura francesa foi Gustave Coubert, cuja obra é marcada pela constante representação de figuras de extração popular.
            A concepção artística assumiu uma postura de preocupação com o desmascaramento dos fatos sociais.
O Impressionismo
            Um grupo de jovens artistas surgiu no período dos meados ao final do Século 19, tendo sido rotulados de impressionistas por uma crítica hostil as suas produções. Paul Cézanne foi responsável pela introdução de um tipo de representação pictórica em que havia a dissolução atmosférica dos objetos.
            Vincent Van Gogh foi o grande representante do pós-impressionismo.
            Na primeira década do Século 19, uma verdadeira explosão experimentalista tomou conta das artes, desencadeada pelos mestres pós-impressionistas.
            Foi o momento das vanguardas artísticas, que inicialmente teve Paris como centro, mas logo foi deflagrada por toda a Europa e pelas Américas.
A Arte Moderna
            Surgiram tendências diversas nesse contexto, como o Futurismo, o Expressionismo e o movimento mais proeminente na pintura, o Cubismo, tendo sido desenvolvido por Pablo Picasso e Georges Braque. O artista passou a realizar uma verdadeira reordenação da realidade através de sua obra.
            Caminho idêntico foi seguido pela chamada arte abstrata, que se baseia em conceitos subjetivos, não possuindo referência no mundo objetivo. Representantes dessa tendência foram Piet Mondrian e Wassily Kandinski.
            Na década de 20 surgiu uma nova tendência, que explorava imagens e realidades do subconsciente humano, tendo sido denominada Surrealismo. Salvador Dali foi o representante máximo dessa tendência.
            Nos anos 60, uma nova tendência artística foi surgindo como crítica e sátira à massificação industrial e ao consumismo, arraigados aos costumes da sociedade moderna.
              Foi a chamada "Pop Art", cujas bases foram criadas por Richard Hamilton e da qual um dos mais célebres representantes foi Andy Warhol.
Fontes: Enciclopédia Digital Master.
              Enciclopédia Koogan-Houaiss.

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 Exemplos para a atividade prática


Obras e poemas inspirados nas mesmas

    

  VOZ RENITENTE


de dentro da mente
a voz renitente
... trazia a meu lado
destino traçado
que se manifesta
podando as arestas
palavras sem cor
pro lado que for
alguém escreveu
e sei, não fui eu
a tal segurança
quando a vida cansa
mas traz a tormenta
se retroalimenta
de dentro da mente
a voz renitente
alguém escreveu
e sei, não fui eu







 BRISA NO AR


Mesmo falando bastante,
mostrando-me aberto e franco,
... não trago alegria ou pranto
quando queria fazê-lo,
mas como a sinceridade
sem uma dose de zelo?

Mesmo num tempo tão pouco,
tal intento que aparece
me faz verdadeiro e leve
como a um menino tolo,
sem saber exatamente
o que ao outro acomete.

Mesmo hesitante, confesso:
toma minh’alma de assalto
tudo aquilo que me aviva, 
coração batendo alto
no momento em que ele passa,
esse poema de brisa.





Zé da cidade baixa
Zé da viela escura
Quem me procura acha
...
Seu moço não se assuste
Pois sei que a vida atura
Mas falo sem embuste

Moça desiludida
Pra ti trago a mensagem
Cheguei de outra vida

Entende dessa ponte
Uns falam, outros agem
Não interessa ondeVer mais







ROMARIA

Trilha do açude
Traz água amiga
... Paisagem rude
O sol castiga

Leva a mulata
Pesada jarra
Tem fé inata
Volta na marra

Seu estampado
Longe se vê
Tão delicado
Cobre você

De fortaleza
Com esperança
A luz acesa
Nunca se cansa


CALAZANS, André Chamun. Livro de Poesias inspiradas em pinturas: Arte que se completam.
Referências Bibliográficas:
CALAZANS, André Chamun. Livro de Poesias inspiradas em pinturas: Arte que se completam. Disponível em: http://www.movere.me/projeto/sobre/55-poesia pintada/;jsessionid=2D484524ADF4BC1811BB13351F5405D7 Acessado 12 de maio de 2012.

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Brasil, Assis - Vocabulário técnico de literatura. São Paulo: Tecnoprint, 1979
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